terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um pouco de amor e saudade




Quando eu tinha 10 anos a minha melhor amiga precisou mudar com a família para outro estado. E, eu acreditava que ela iria morar longe e eu iria morrer de saudade, eu chorava desesperada. Até que minha mãe sabiamente me perguntou - "Você quer que ela seja feliz?" Eu respondi que sim. Então ela continuou - "Quando a gente ama uma pessoa, nós queremos que esta seja feliz mesmo longe da gente. Ela vai para outro lugar para ser feliz, mas continuará sendo sua melhor amiga." Estas sábias palavras foram confortantes, eu entendi que a minha amiga precisava mudar de cidade e que eu precisaria ser forte, precisaríamos nos dedicar para que pudéssemos permanecer unidas.

Nesse tempo não havia essas facilidades de hoje: e-mail, msn, orkut, facebook e blábláblá. As ligações telefônicas eram muito caras e nós nos comunicávamos por carta. Lembro como se fosse hoje, eu escolhia o mais lindo papel de carta (da minha coleção) para dar-lhe notícias e ela fazia o mesmo. Falávamos sobre como nos sentíamos, sobre a família, sobre os amigos e até mesmo sobre as notas da escola. Acho que gastávamos várias linhas tentando nos despedir, mandando inúmeros beijos para todos.Eu aprendi o que é o amor quando eu tinha 10 anos. Foi justamente quando eu perdi, e entendi que estava perdendo, pela 1ª vez.

Eu sentia uma saudade enorme dela; essa saudade, essa espera durou 2 anos. Depois desse tempo nos reencontramos e foi como se nunca tivéssemos nos separado. Partilhamos tudo o tempo todo que ficamos separadas.

Nós tínhamos a mesma idade, então vivíamos coisas muito semelhantes... sabíamos tudo uma sobre a outra. E, 17 anos após perdê-la pela 1ª vez, tive que perdê-la pela 2ª. Mas dessa vez só eu que senti saudade, porque ela se foi sem dizer adeus, sem ter tempo de se despedir, sem escolha pra voltar. Ela simplesmente se foi...

Todos os dias quando acordo eu sinto saudade dela e quando eu vou dormir eu não abandono esse pesar. Mas não estou reclamando. Eu quero sentir essa saudade sempre, até quando meu coração puder sentir. Porém, às vezes me dói não receber notícias dessa minha melhor amiga. Não existem cartas, e-mails, mensagens vindas de nenhum lugar. Existe apenas a lembrança do que um dia fomos e de tudo o que se eternizou.

É certo que a 2ª vez que ela partiu foi brusca e definitiva. No entanto era bem simples o seu querer, ela só queria ser feliz, e foi. Acredito que quando Deus já não podia mais salvá-la de todo o mal que a consumia Ele disse "vem, chegou a tua hora". Ela não esitou e foi... num único suspiro. Não que Deus não tenha a condição de tudo transformar, não é isso. Mas acredito que realmente havia chegado a hora dela se eternizar Bela, levando apenas o que de melhor a vida a oferecia - felicidade.

Cada um tem o seu mistério da existência, não me compete saber...

E, hoje, depois de alguns meses sem a minha grande amiga eu percebo quanto o sofrimento me fez forte, quanto amor existe em mim. Nenhum desânimo, nenhuma lamentação; às vezes um pouco de dor. E, a certeza que fomos feitos para perder, porque toda perda nos traz um ganho e que este seja o amor. O amor sem reservas, sem mesquinharias, sem condições ou avarezas.

Que vivamos somente o amor na sua inteireza e tudo mais nos será acrescentado. O amor de quem nos pega pela mão e nos ajuda a caminhar... e nos ensina o caminho se preciso for, mesmo que para isso precisemos cair algumas vezes. Amemos! E, se isto implica em sentir saudades, sintamos.

Luana Campos

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Tenho que ter paciência para não me perder dentro de mim: vivo me perdendo de vista. Preciso de paciência, porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco-sem-saída.

Clarice Lispector

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


Eu sempre faço idéias muito loucas

Exagero, fecho a cara

Digo que não!

Me desespero, bato a porta

Vou embora, choro as mágoas

Perco a razão

Mas depois eu volto

E, com um pouco de calma

Eu peço perdão

Meio sem graça, de alma lavada

Espero que não seja em vão

Que os meus desenganos

Meus choros, lamentos e prantos

Não destruam a batida feliz

De um coração.


Luca

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

ENCONTROS - Maria Gadú

Sai de si
Vem curar teu mal
Te transbordo em som
Poe juizo em mim
Teu olhar me tirou daqui
Ampliou meu ser
Quero um pouco mais
Não tudo
Pra gente não perder a graça no escuro
No fundo
Pode ser até pouquinho
Sendo só pra mim sim

Olhe só
Como a noite cresce em glória
E a distância traz
Nosso amanhecer
Deixa estar que o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir

Os sonhos
Que podem transformar o rumo da história
Vem logo
Que o tempo voa como eu
Quando penso em você

Olhe só
Como a noite cresce em glória
E a distância traz
Nosso amanhcer
Deixa estar que o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir

Os sonhos
Que podem transformar o rumo da história
Vem logo
Que o tempo voa como eu
Quando penso em você

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Percepções

Percebo que o amor me faz sonhar, mas a dor me faz viver.
Percebo que o amanhecer me enche de esperança e o anoitecer me inunda de experiência.
Percebo que a vida me ensina a ser melhor à medida que me disponho à ser aprendiz.
Percebo que o existir me encanta nos encontros, me faz refletir nos dissabores e me conduz a uma vivência mais humana de mim...
Luca